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domingo, 21 de julho de 2013

Seu Zé da Peixeira



Até hoje quando conto isso, sinto o gosto do meu sangue na boca e um brilho a ofuscar minha visão. Olha “bichinho”, é bom você tratar de fazer o melhor possível da sua vida, porque do lado de cá não é paraíso não.
Minha história é assim, eu me achava um cabra macho da peste, num sabe? E um desinfeliz certo dia desrespeitou minha namorada, vixi "bichinho" meu sangue subiu como um tiro pra cabeça, passei a mão no meu facão e pulei no safado, tão cego que estava de ódio não percebi a burrada que me envolvi. Errei meu golpe e este erro facilitou para o safado furar meu bucho com uma peixeira, “bichinho” tu não imagina a dor que é isso, então aconteceu em segundos que minha vida passou na minha frente, engraçado que na ocasião lembrei de coisa que parecia besteira de lembrar, até pensei numa segunda chance do Céu, mas meu bucho tava furado e rasgado, poucos minutos de agonia foi o suficiente para eu não pertencer ao mundo dos vivos, senti um sono e apaguei...
- Vamos Zé, acorda! um garoto me chamava.
Com um pouco de dor abri os olhos e resmunguei algo ao garoto.
- Zé, ou melhor, José Arantes, você adiantou teu retorno ao lado espiritual da vida!
- "Oxente bichinho", que besteira é essa?!?
- Tenho que ser objetivo Zé, tu não tem muito tempo, então trate de ser forte e vamos direto ao assunto. ( falou firme o garoto.)
- Muleque, me explique intonce!
- Zé, tu se envolveu numa briga de faca, por conta de sua “honra”, pensando que “honra” se resolve na faca e...bem... você levou a pior. Seu adversário te pegou de jeito e rasgou seu corpo, agora você está num hospital espiritual e para ser franco faz alguns dias isso.
- Credo “bichinho” que tragédia é essa que me cobre?
- Olha Zé, não fique agora tentando buscar resposta, seja pratico e objetivo, levando em conta que a alguns anos você foi iniciado no Santo e paralelamente participava de reuniões mediúnicas, logo a existência do mundo espiritual e vida eterna pra ti não é novidade, certo?
- Meio certo “bichinho”, pois nunca vi um espírito e imaginar que você é um, já começo a ter coceira...- (risos)
Deixe de brincadeira Zé, temos que nos adiantar!
- “Oxente”, quer dizer então que sou um morto!?!
- Pode dizer que você já não pertence aos encarnados.
- Ainda bem que ninguém morre antes da hora, tudo tem o sentido de ser.
- Não é bem assim Zé, aliás a alguns milênios que as coisas não são mais tão naturais quanto querem acreditar lá na Terra.
- Que quer dizer com isso “bichinho”, que não morri na hora que Deus quis?
- Acaso crê que foi Deus quem criou aquela briga? E que ele queria te matar a facada?
- Pode não ser Deus, mas que tinha dedo de Exu eu garanto, e Exu é de Deus, então ta tudo no céu oras!- (risos)
Se não fosse você soltando esta pérola, não acharia tão engraçado este absurdo.
- Absurdo! Mas quem está de brincadeira é você muleque, minha Mãe de Santo me ensinou estas coisas.
- Olha Zé, esqueça um pouco sobre o que aprendeste, mas posso te adiantar que está equivocado, pois naquela briga só tinha dedo seu, aliás cinco dedos empunharam a foice, faltou habilidade, afinal não era como uma touceira de cana, que é estático, então foi golpeado. Asseguro também que isso é responsabilidade sua, não tem Deus determinando sua fúria nesta hora.
- Mas então tem o meu Orixá que é muito bravo!
- Não Zé, não tem... Mas tudo isso você vai entender. Por ora o importante é saber se você concebe a idéia de estar em outra realidade.
- Entendo, mas preciso saber mais, vou me acostumar.
- Certamente, então me acompanhe, temos um longo caminho. O que vem a seguir é muitos detalhes impossíveis de colocar aqui, seriam necessárias muitas páginas e este não é o objetivo no momento. Dali pra frente passei por muitas escolas até que fui convidado a participar de uma falange no Grau Baiano.
De fato vivi no interior da Bahia, minha lida era no canavial e plantações, mergulhado na cultura machista e de pouca instrução, fiz da minha vida algo muito curto, sem emoções ou sentido. Mas ainda assim era muito crédulo, devoto dos Orixás, ainda cedo mamãe me levou num terreiro de Santo e fui iniciado no culto, depois vim a conhecer o Catimbó e outras seitas que misturavam Orixás com espíritos que se comunicavam, eu era médium e gostava muito disto.
Não era capaz de prejudicar ninguém, vivia em paz e adorava o ser humano, só a tal ocasião é que me tirou do eixo, por fim aprendi muito com isso.
Muito se estuda do lado espiritual, tanta coisa que não dá para explicar.
Vou tentar apresentar de forma rápida e simples, como fui iniciado e como é a Linha dos Baianos.
Evolutivamente não estamos muito distantes dos irmãos encarnados, mas nem perto dos Caboclos e Pretos Velhos.
Quando um mentor que me tutelava revelou-me que eu poderia participar de uma falange de trabalhadores espirituais, que se fundamentava nos Orixás, senti-me muito feliz e logo aceitei. Foi quando fui apresentado a três chefes de falanges que começaram a me ensinar a “magia baiana” e todas as iniciações necessárias para eu ser um trabalhador reconhecido pelos Orixás. Mais interessante é que eu teria a liberdade de usar meus conhecimentos e mandingas que havia aprendido na minha experiência como médium na Terra, claro que com algumas reciclagens e crivado sempre na ajuda ao próximo. No dia em que fui assumir meu “cargo”, ou seja, receber o nome simbólico e grau, por ironia do destino fui assentado na falange Zé da Peixeira, achei um desafio, jamais esquecerei a ferramenta que me tirou precocemente da carne, tampouco esquecerei o motivo maior, meu descontrole emocional. Na ocasião conheci centenas de companheiros que na sua última passagem viveram no Rio de Janeiro, Mato Grosso, Rio Grande do Sul, enfim, tinha brasileiro de toda parte, estranhei, pensei que era uma linha exclusiva de baianos verdadeiramente baianos. Daí que meu tutor explicou o conceito de Grau e que os Baianos e que este nome simbólico é uma homenagem ao Brasil, por ser esta religião brasileira e que compõe este grau espíritos brasileiros, independente da raça, estado ou cor. Na Bahia começou o Brasil, e como devemos ter um Grau para espíritos intermediários entre Caboclos, Preto-Velhos e os encarnados e com identidade nacional então a Linha dos Baianos retrata o brasileiro, livre e feliz.
Pai Oxalá junto de Mãe Yansã sustentam esta Linha, ou melhor, sustenta este Grau, mas tem baiano trabalhando sob a vibração de todos os Orixás. Posso dizer que somos a Linha mais eclética e aberta. Muitos confundem-nos com Exu, criam teorias das mais absurdas nessa idéia, mas tudo bem, o tempo lhes ensinará a separar as coisas.
Óia “bichinho”, to agradecido por ler esta minha história, desculpe a brevidade, noutra oportunidade podemos nos aprofundar, mas deixo aqui o axé da Bahia.
Sou Baiano, sou Brasileiro, sou Zé da Peixeira, salve todos Santos da Bahia!


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